Por que ocorrem lesões?
Lesões meniscais são muito comuns e podem ser traumáticas agudas como, por exemplo, durante uma luta de jiu-jitsu ou degenerativas.
Lesões traumáticas ocorrem classicamente durante a forças de torção no joelho em pessoas ativas jovens.
A posição clássica é a do joelho flexionado ao extremo como, por exemplo, quando o indivíduo está agachado ou ajoelhado que sofre entorse repentino.
Lesões degenerativas ocorrem como parte do desgaste progressivo em todo o conjunto, mais frequentemente em pacientes acima de 40 anos. Estas lesões são de clivagem, geralmente horizontais, com mínima capacidade de cura.
As lesões podem ser descritas como sendo completas ou incompletas, estáveis ou instáveis e de vários padrões.
Quanto à sua morfologia (figuras acima), podem ser verticais, longitudinais (incluindo “alça de balde”, onde o fragmento rasgado pode bloquear a extensão total da articulação do joelho), oblíqua/bico de papagaio ou “flap” lesões radiais ou horizontais.
A maioria é composta de lesão vertical ou oblíqua (80%). O menisco medial é mais comumente afetado – 75% contra 25% no menisco lateral, 5% dos pacientes terão lesões bilaterais.
Alguns tipos de lesões podem provocar uma ação semelhante a válvula dentro da substância do menisco, e isso pode levar à formação de um cisto meniscal, que deve ser tratado da mesma forma, abordando o problema principal que é a lesão do menisco. A chance da formação de um cisto meniscal no menisco lateral é 7x maior que a do menisco medial.
Tratamento
O tratamento de uma lesão meniscal dependerá da localização, tamanho, tempo de ocorrência, idade e ligação ao esporte do paciente. O tratamento poderá ser não-cirúrgico (indicado para lesões de aspecto degenerativo), e cirúrgico pela meniscectomia (retirada de parte do menisco) parcial, e ou sutura de menisco.
Historicamente, meniscectomia totais (remoção da maior parte do menisco) foram realizadas, mas hoje sabe-se que isso levou a doença articular degenerativa progressiva e, por isso, apenas o mínimo de menisco agora é ressecado (meniscectomia parcial) para deixar uma borda estável, e, mesmo assim, RARÍSSIMAS VEZES O MENISCO DEVE SER RETIRADO, MESMO QUE UMA MÍNIMA PARTE DO MESMO!
A cirurgia, quando necessária, é realizada por via artroscópica sob anestesia e, muitas vezes, permitindo que o paciente receba alta no mesmo dia.
Observe acima uma ilustração comparando um carro com um ou dois pneus de cada lado, quando se retira o menisco é como se diminuísse o número de pneus, aumentando-se a pressão sobre os ossos e cartilagens e levando ao processo de artrose.
Sutura do menisco
Classicamente, o reparo meniscal ou sutura meniscal (figura abaixo) é reservado para pacientes jovens, compatíveis com lesões longitudinais, periféricas agudas(< 8 semanas), que se encontram dentro da zona vascular (a chamada zona vermelha em vez de zona branca interior, que não tem um bom fornecimento de sangue).
Existem muitas técnicas para a sutura de menisco e estas dependerão da localização da lesão. As técnicas incluem um procedimento aberto (após o exame artroscópico da articulação) ou artroscópica (‘dentro para fora’), os procedimentos “de fora para dentro‘, e a técnica “all-inside”. A técnica aberta tem sido defendida por alguns autores nas lesões verticais do corno posterior do menisco lateral e medial dentro de 1-2mm da junção menisco sinovial, onde a visualização com o artroscópio é difícil.