Lesão Muscular no Esporte

A contusão muscular ocorre quando um músculo é submetido a uma força súbita de compressão, como um golpe direto, por exemplo.

Já nos estiramentos, o músculo é submetido a uma tração excessiva, levando à sobrecarga das mio fibras e, consequentemente, a sua ruptura perto da junção miotendínea.

O que distingue a cura da lesão muscular de um osso fraturado, é que o músculo esquelético cicatriza através de um processo chamado “reparação”, na qual há formação de tecido fibroso de cicatriz entre as duas partes de músculo lesionado, enquanto uma fratura cicatriza por “regeneração”.

Ou seja, o osso fraturado cura através da produção de calo ósseo que, posteriormente, se remodela em tecido ósseo.

Todas as lesões musculares passam por 3 fases no processo de cura:

1 | Fase de Destruição Caracterizado pela ruptura e, consequente, formação de um hematoma entre os cotos do músculo rompido, e uma reação inflamatória.

2 | Fase de Reparação Composto da produção de uma cicatriz de tecido conectivo, assim como revascularização por crescimento de capilares na área lesada.

3 | Fase de Remodelação Um período de retração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação do funcional capacidade do músculo.

Podemos classificar os estiramentos de acordo com as dimensões da lesão em:

Grau I – É o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão < 5% do músculo).

Grau II – O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (lesão > 5% e < 50% do músculo). A resolução é mais lenta.

Grau III – Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão > 50% do músculo), resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. O defeito muscular pode ser palpável e visível.

Os principais fatores envolvidos no risco são:

- Infecções;
- Deficiência de flexibilidade;
- Desequilíbrio de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas);
- Lesões musculares pregressas (reabilitação incompleta);
- Distúrbios nutricionais e hormonais;
- Alterações anatômicas e biomecânicas;
- Fatores relacionados ao treinamento (o aquecimento inadequado, a incoordenação de movimentos, a técnica incorreta, a sobrecarga e a fadiga muscular).

O que a pessoa sente de sintomas?

A história clínica é marcada por dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalido audível ou de uma sensação de pedrada. Ocorre geralmente durante a explosão muscular na corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do mesmo. A intensidade dos sinais e sintomas pode variar de acordo com a sua gravidade.

Tratamento

Os princípios do tratamento das lesões musculares na fase aguda seguem o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido). O repouso do membro afetado mediante a utilização de órteses (tipoias, muletas, estabilizadores articulares) está indicado nos estiramentos de grande magnitude (lesões graus 2 e 3).

Dr. Marcelo Tostes Hematoma inframuscular

O retorno ao esporte após uma lesão muscular deve sempre ser individualizado. Levando-se em conta que o tecido cicatriza através da formação de cicatriz fibrosa entre os cotos do músculo, o foco principal da equipe reabilitadora é a da prevenção da recorrência da lesão, pois, muitas vezes, o indivíduo encontra-se completamente livre da dor e APARENTEMENTE está apto ao esporte e, em um movimento “banal”, ocorre a re-lesão. Portanto, quanto maior for o grau de sua lesão muscular, maior será o tempo de seu retorno ao esporte.

Novos conceitos: a terapia celular

As plaquetas ajudam o processo de reparo do corpo, pois contêm fatores de crescimento, como o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator transformador de crescimento (TGF ) -ß, fator de crescimento semelhante à insulina (IGF ) e o fator de crescimento de fibroblastos (FGF).

Após a ativação, esses fatores são liberados e enviados para ajudar as feridas em cicatrização. Nesta abordagem terapêutica, uma centrífuga é usada para aumentar a concentração de plaquetas. PRP tem até 8x a concentração de plaquetas de sangue total que faz. O PRP é preparado coletando-se o sangue do paciente, realizando-se centrifugação e extraindo-se os fatores de crescimento das plaquetas. Em lesões musculares agudas (que acabaram de acontecer), o hematoma é drenado e, a seguir, o PRP é infundido sob auxílio de ultrassom realizado por um radiologista experiente.

Em um estudo recente, pesquisadores americanos induziram uma lesão muscular em ratos e observaram efeitos significativamente positivos nos dia 7 e 14, e notaram uma recuperação mais rápida em geral em relação ao grupo controle (animais com lesão muscular que não receberam o PRP). Espera-se, portanto, que o PRP atue na lesão muscular acelerando seu tempo de cicatrização e que haja maior recrutamento de células tronco para que mais músculo (e menos cicatriz) seja formado. Os estudos são encorajadores e o PRP se torna uma arma no tratamento de lesões musculares.

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